A LITERATURA DE CORDEL NO CONTEXTO EDUCACIONAL: Os usos na didática em sala de aula e no fomento à emancipação
DOI:
https://doi.org/10.56797/ao.vi10.206Keywords:
Ensino Fundamental, Emancipação, Literatura de CordelAbstract
Este estudo investigativo abordou a temática da literatura de cordel no contexto educacional, focando nos usos didáticos em sala de aula e fomento à emancipação. O objetivo principal residiu em investigar de que maneira a literatura de cordel, tradicionalmente considerada uma forma de expressão marginal, pode ser utilizada como um recurso didático para impulsionar a emancipação social dos alunos. A metodologia adotada foi qualitativa e baseou-se na objetividade dos dados, com os cordéis analisados submetidos a uma interpretação hermenêutica, a fim de identificar os elementos didáticos presentes na proposta. Conduziu-se uma etnografia através da observação participante e realização de entrevistas aprofundadas com quinze educadores de Língua Portuguesa e vinte alunos, com idades entre quinze e dezessete anos, oriundos de cinco escolas em Alta Floresta, Mato Grosso. A pesquisa também considerou a análise de trinta documentos datados dos últimos séculos. A questão central que guiou as reflexões foi: “Até que ponto a literatura de cordel pode ser um instrumento didático para potencializar a emancipação social dos alunos?”. Fundamentou-se a investigação na hipótese de que a literatura de cordel exerce uma função fundamental no contexto social das escolas de Ensino Fundamental (anos finais) e Médio da rede estadual de Alta Floresta, Mato Grosso. Os resultados indicaram que a literatura de cordel deve ter uma presença mais relevante nas aulas de Língua Portuguesa e, potencialmente, em outros conteúdos curriculares, em virtude de seu grande potencial para promover a emancipação social e valorizar as vozes das minorias. As discussões apresentadas evidenciaram a necessidade de priorizar narrativas que favoreçam uma abordagem crítica dessa literatura, em sua perspectiva emancipatória, buscando formas de utilização em sala de aula que estimulem uma educação crítica entre os estudantes. Concluiu-se que não há limites para a utilização dos cordéis no ambiente escolar, considerando que essas narrativas têm suas origens no povo e servem à coletividade. Os personagens retratados nas narrativas cordelísticas representam, na verdade, todos os brasileiros que emergem de uma cultura de resistência clamando por emancipação.
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